Wednesday, March 30, 2011

Light It Up Blue

Every day I am in touch with this topic. Pode ser no consultorio, pode ser nos meus estudos, pode ser na midia. O que de fato tudo isso quer dizer? Desde que vi meu primeiro paciente autista, em Oxford, 1978, para os dias de hoje, o que de fato mudou? Algumas coisas passam pela minha mente: Mudancas no - conhecimento. - discriminacao social. - desafio permanente. Isso pra mencionar algumas mudancas. Conhecimento: Houve uma verdadeira guinada no entendimento etiologico. Ao se saber que a origem nao mais e vinculada a "mae geladeira" onde o vinculo tem uma via de comunicacao bilateral, onde ha uma base neural diferente da que habitualmente nos identifica por antecipacao "no outro", uma mudanca dessa natureza gera ate mesmo uma certa euforia pra nao dizer fanatismo. Sabe, as vezes sinto que unir-se em tribos tem uma forca capaz de mover montanhas! A ferida e muito grande. A impotencia em nao poder-se identificar no outro "diferente", que nao tem o mesmo cerebro funcionante que dominamos em nos mesmos, causa inseguranca, medos..... e nisso os grupos dao uma sensacao de ancora, nao dao? Entretanto, somente quem tem no seu dia a dia essa batalha a ser vencida, sabe o quao solitario e esse processo, pois embora tenham o grupo, as decisoes sao tomadas NA relacao!... Sem duvida a medida que o social identifica o sindrome, o julgamento e menor, a empatia cresce. Mas sao momentos! A resiliencia dos pais precisa existir. O apoio a eles precisa ser um continuum pois de fato o autismo e um manifesto funcional continuo. Cuidar dos cuidadores nao e uma missao muito facil nao ,pois o que buscam nao esta numa formula! Nao ha uma receita (e como poderia com a miriade multifatorial?? Existem diretrizes basicas adaptadas a cada ser individual. Lidar com a constancia do investimento de um atendimento interdisciplinar, e dispendioso, nao so em termos financeiros mas tambem em desdobramentos afetivos, em mudancas de valores.... Isso e dificil. Isso e doloroso. Me emociono cada vez que consigo um olhar com trocas, um sorriso com prazer. Fico a imaginar esses pais e maes: quanta dedicacao, quanto investimento, por momentos batalhados de um retorno espontaneo!.... E saber que, tantas outras situacoes clinicas tem tambem tanto investimento, tanta batalha ... Mas entao porque o autismo gera tanta mobilizacao? Nao tenho uma resposta pronta, mas SINTO que acima de tudo o autista desnorteia! e uma emergencia de funcoes cerebrais diferentes da que estamos treinados em ver em nos, nao e mesmo? Eles nao dissimulam (ate aprendem a nos copiar!com o passar do tempo!!!), dizem as coisas como de fato sao, sem rodeios, e quando aprendem a ser polidos pedem desculpas porque aprenderam a pedir desculpas (depois que ja disseram o que era pra ter sido pensado antes... ) sao ingenuos, sao lindos em sua espontaneidade, mas pouco compreendidos pelo social "normal"!! - Eles sao de uma pureza nao compreendida pela tribo dos "normais" que estabelece regras formais e nao tolera o descumprimento delas..... Eu os percebo desconcertados com a nossa busca de dialogo, com a nossa busca de interacao. E isso me fascina, pois se conseguimos iniciar essa nossa busca entendendo as "dicas" que eles nos oferecem eles entendem a nossa interacao e conseguimos estabelecer uma continuidade. Minha proposta, mais e mais, tem sido a de deixa-los nos fornecer informacoes ao inves de partirmos do nosso jeito de iniciar trocas. Como faco isso? Tentando identificar sua zona de conforto. tentando brincar a partir de sua iniciativa. Facil? Naooooo! Possivel? Simmm. Noutro momento prossigo nessa mesma tematica. por hoje encerro dizendo: amo esse desafio. E no minimo um estimulo constante para me concientizar do quao pouco eu sei...

3 comments:

  1. Nada como amar o que se faz...
    Agora entendo tanta disposicao a ir ao Brasil com tanta frequencia!ehehe
    tua expontaneidade tbem me encanta...
    saudades!
    Andreia

    ReplyDelete
    Replies
    1. Hei, e ja to indo de novo!!! rs. Em breve a gente se fala. Thanks

      Delete